O bonito povoado de Maras é um capricho da natureza, pois, em suas terras se encontram as salinas mais importantes da região, exploradas desde a época dos Incas, constituindo o primeiro centro produtor de sal da zona meridional da Serra do Peru.O povoado de Maras se encontra localizado na província de Urubamba, 46 km da cidade de Cuzco e a uma altura de 3.380 metros, aproximadamente.É um povoado que mostra vestígios da época pré-hispânica, colonial e republicana nos portais coloniais com escudos de nobres e caciques que datam de períodos entre os séculos XVI e XX. Maras também é testemunha da beleza das montanhas de Vilcabamba e do Vale Sagrado dos Incas.Segundo a lenda, os primeiros maras surgiram das histórias de Ayar Cachi—“Senhor do Sal”,— que se converteu em montanha nas cercanias de Cuzco. E assim formaram seu povo para o qual esta montanha guardaria grandiosas minas de sal dentro dela, além de uma igreja de arquitetura típica. Nesta igreja, hoje, se encontram pinturas da Escola de Cuzco.
As salinas estão em Qoripujio, 4 km de Maras, já conhecidas dos Incas para realização de atividades de intercâmbio econômico e financeiro graças ao sal que se encontrava ali. De cores branca e bege, os blocos de sal colorem a paisagem verde das montanhas.
Se manifestam em terraços (ou currais), onde a água de um lençol freático salgado repousa e quando evapora e a luz do sol ali se reflete dá origem a um efeito impressionante. E tudo isto somente será preservado enquanto a exploração do mesmo sal for feita pelas tecnologias ancestrais.
“Os terrenos salinos de Maras remontam à Era Incaica; são 3000 km de extensão divididos em “piscinas” de 5 metros cada. Até hoje elas são utilizadas para a extração de sal. Esse trabalho é feito durante as épocas mais secas do ano; os tanques são preenchidos com água rica em sais, que vêm do topo. Quando a água evapora, deixa um depósito de sal. A luz que ali reflete deixa o lugar com um brilho intenso, é incrível.” (Sonia, do Fotoviaggiando).
Então… estas salinas correspondem a um enorme aglomerado de pequenos currais de socalcos ao longo da encosta da montanha, todos ligados por pequenos canais de irrigação provenientes de uma nascente e água quente com caudal diminuto. A exploração dos currais é feita de forma artesanal pelas famílias do aglomerado populacional de Maras, possuindo cada uma entre 1 a 3 currais. Depois de retirado o sal este é vendido a uma cooperativa para posterior tratamento com iodo, para poder ser consumido.
O processo de obtenção do sal baseia-se na evaporação da água proveniente da nascente que, derivado da sua temperatura elevada, ascende ao topo da montanha dissolvendo pelo caminho os minerais das rochas. O que as pessoas fazem é reter a água em currais para que esta evapore ficando apenas o sal. Este processo dura aproximadamente 1 mês e corresponde a 4 ciclos de enchimento e evaporação de cada curral. No final extrai-se o sal para começar novo ciclo. Daqui resultam 3 tipos de sal: o sal de terceira categoria, utilizado na alimentação dos animais, que está em contacto com o solo apresentando por isso uma cor acastanhada; o sal de primeira, de cor branca existente na camada superior ao de 3ª e o sal extra, mais claro que corresponde à camada superficial. |
Uma salina é uma área de produção de sal marinho pela evaporação da água do mar ou de lago de água salgada. O sal marinho formado na salina é uma rocha sedimentar química que tem origem na precipitação da água do mar, quando esta sofre evaporação.No Brasil, as principais salinas localizam-se no Rio Grande do Norte. Uma das principais salinas do Rio Grande do Norte encontra-se em Galinhos-RN. Salina Diamante BrancoAs salinas, embora sejam um habitat artificial elaborado pelo Homem há milhares de anos, constituem verdadeiros santuários de biodiversidade, permitindo um equilíbrio notável entre o aproveitamento econômico de um recurso e a conservação de valores naturais. As salinas são zonas de grande valor ecológico principalmente para as aves aquáticas, oferecendo-lhes condições de alimentação e abrigo particularmente vantajosas, o que torna a salicultura indispensável à manutenção da biodiversidade. |
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Tive a oportunidade de estar nesse lugar. É realmente impressionante.
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Ótimas informações!Parabéns pelo texto e ótima coletânea de fotos. Estive no local em 2012 e achei-o fantástico, principalmente por saber que as salinas existem desde o tempo dos incas. Impressionante!
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Fiquei com uma dúvida. No texto, consta a informação de que os terrenos salinos de Maras estendem-se por 3 mil km (segundo sua fonte consultada). São 3 mil km mesmo? Não houve um erro de digitação? 3 mil km é muito! Três km seria mais aceitável, não?
Li, em outra fonte, que são 3 mil tanques (“piscinas”) de sal com cerca de 4-5 m2 cada um (em média). Não teria havido uma confusão da extensão com o nº de tanques?
Marília,
essa informação até pode estar errada sim, mas é um comentário de uma pessoa que lá esteve e que eu quis constar, está até nominada a autoria no final do parágrafo entre parênteses. Por essa razão não mudei. Mas num parágrafo anterior eu falo sobre Qor Ipujio, que é o local onde estão as salidas, 4km de Maras. Possivelmente, a confusão de dados enunciados pela autora do comentário esteja aí, ou seja, “a água mineral se origina a partir da primavera Qori Pujio e canalizada através de uma série de canais artificiais. Usando pedras, a água mineral é desviada para mais de 3.000 rasas piscinas artificiais”.(http://lowsodiumblog.com)
Então, incluí no final do parágrafo anterior a observação acima para não tirar nada da autoria e ao mesmo tempo, quem sabe, corrigir a dupla interpretação. Encontrei esse mesmo comentário da Sônia em vários outros links. (??)
Agradeço a informação e tentei, dessa forma, não alterar o comentário e colocar um segundo comentário que talvez tire a impressão do meu erro de digitação.
obrigada pela visita e atenção,
Michèle
Estive nas salinas hoje,achei fantástico!.
Estou cheio de perguntas. Para os tanques,corre um veio d’agua que; (segundo meu guia turístico) o nível dágua nunca muda.
Coloquei a mão na água… De morna para quente, pus na língua …. Super salgada, não é igual ao sal da água da praia, é muito salgada!!!.
Meu relógio marca altitude, olhei e ali estava marcando 3.330 metros de altitude acima do nível do mar.
Agora me expliquem aquela água salgada correndo tranquilamente por ali a séculos.
Estive lá na semana passada e fiquei com uma dúvida…
A água salgada flui para as piscinas, mas há fluxo considerável que que desce, sem passar pelas piscinas. De fato, a velocidade de descida da água é maior que a velocidade de evaporação, de modo que “sobra” água salgada.
Essa água salgada vai para o Rio Urubamba?